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DESTINOS DISTINTOS

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DESTINOS DISTINTOS
RODRIGO BARRALES
ABRIL | 2024

"Pontos unidos continuamente em uma sequência constituem uma linha. Assim, para nós, uma linha será um sinal cujo comprimento pode ser dividido em partes, mas será tão fino que a sua espessura não possa ser repartida... Se muitas linhas são unidas intimamente juntas, como fios de um tecido, criarão uma superfície." 

Leon Battista Alberti, De Pictura, 1435 (Alberti, 1972, p. 37-38)

 

A partir da mitologia grega das Moiras, as senhoras do destino, Rodrigo Barrales desenvolve toda a exposição. Partindo da linha, de traçado simples do nanquim, da linha de costura até a linha tramada que ganha vida ao sair da tela e do papel, explora a simbologia desse elemento, que possui diversos significados dentro das relações entre as pessoas e seus destinos.

Com figuras sem rostos e desconhecidas de quem as observa, ele cria conexões com nossas memórias afetivas nos fazendo acreditar que já vimos aquelas pessoas. Elementos amplos que nos lembram nossas vivências sociais, dialogando o ancestral com contemporâneo.

Em suas pinturas, o vermelho é descrito como o mantenedor da vida, fluindo em todos os sentimentos e necessidades do corpo e da psique sendo a primeira cor que encontramos em nossa visão, no segundo mês de vida. O creme remete à distância, ao éter, à penumbra do desconhecido, ao infinito. 
 

A cor creme pode derivar do aumento de luz da cor sépia, ou tende, com o passar dos dias, a tornar-se sépia. A cor sépia representa o fim da estrutura física, o enfraquecimento ou a coagulação do vermelho: é a sua morte. 
 

Na série ‘Retratos familiares’ a linha por vezes costurada e por vezes desenhada é a representação do destino que liga as figuras ali presentes. Em muito, acabamos por reconhecer nessas figuras sem rosto, pessoas conhecidas, deixando nossas mentes completarem os espaços em branco dando significado a essas ligações.
 

Por último temos, as linhas que ganham volume e dimensões até então não exploradas, como se fossem a materialização das outras séries, incluindo o terracota, que agora presente, remete a criação mitológica do ser vindo do barro, encerrando assim a reflexão sobre os destinos distintos.
 

Nas palavras de Barrales: “podemos dizer que a vida corre por um fio, que as tramas de todos os nossos encontros estão cruzadas.”

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