São das lembranças mais longínquas, resgatadas com aquele saudosismo, da infância permeada pelo desenho e pelo mar que o artista Pedro Afonso Silva, conduz as obras da exposição.
 

Nascido e criado em Lisboa, o mar impactou a infância do artista, que observava as boias de sinalização no mar e os faróis no litoral abordada no trabalho do artista, através do ‘repetir para memorizar’.
 

A pesquisa artística do artista gira em torno do sketch e do desenho espontâneo, vistos por ele como uma forma pura e dinâmica contrária à perfeição gráfica com a qual ele teve tanto que lidar durante a sua trajetória como designer gráfico. Os desenhos em linhas simples são apresentados em suportes com volume, tão importantes no seu trabalho quanto o que está sendo representado sobre eles. 
 

O artista propõe um questionamento entre o que é fato e o que é óbvio, baseado na nossa compreensão de que a terra é esférica, que confronta a linha visualmente reta do horizonte, abordado através da relação entre desenho bidimensional e suporte tridimensional.
 

A exposição mostra a repetição em sketches destes objetos marítimos da sua infância, como se um devaneio, um relembrar e memorizar em série nos leva a nos perguntar se “vemos com o que sabemos ou sabemos com aquilo que vemos”, diz o artista.